Sergio Moro se filia ao Podemos com discurso de combate a corrupção
Em um evento com alusão à Operação Lava Jato, o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro assinou filiação ao Podemos. Sem admitir diretamente a candidatura à Presidência da República nas eleições de 2022, ele usou tom de candidato e disse que seu nome “está à disposição” do povo brasileiro. Moro apresentou um discurso semelhante a um plano de governo, o qual chamou de “projeto de país” e fez falas sobre os seus planos políticos.
Durante quase uma hora, Moro falou em investir na educação, saúde e segurança, combate ao desemprego, apoio à agenda ambiental contra o desmatamento e queimadas ilegais, combate à inflação, e erradicação da pobreza para, segundo ele, “acabar de vez com a miséria”.
“Eu não tenho uma carreira política e não sou treinado na eloquência política. Mas se eventualmente não sou a melhor pessoa para discursar, posso assegurar que sou alguém que vocês podem confiar”, pediu o ex-juiz. Ele acrescentou que o Brasil “não precisa de líderes com voz bonita. O Brasil precisa de líderes que ouçam e atendam a voz do povo brasileiro”.
“Queremos construir juntos esse projeto, ouvindo as ideias de todos. Não é só um projeto para construir o combate à corrupção, embora isso seja importante. É um projeto para reconstruir o país e todos os nossos sonhos perdidos. Não há espaço para o medo, não há espaço para reações agressivas, mas também não há espaço para timidez”, disse, em demonstração à entrada na vida política.
Em partes do discurso, Moro focou em criticar governos anteriores e o atual, comandando pelo presidente Jair Bolsonaro. Sem citar nomes, ele declarou que “chega de corrupção, chega de mensalão, chega de petrolão, chega de rachadinha. Chega de querer levar vantagem em tudo e enganar a população”.
Ao lembrar o trabalho como juiz federal, ele disse que o propósito era “ser justo com todos”. “Quebramos a impunidade da grande corrupção de uma forma e com números sem precedentes. Julgamos e condenamos pessoas poderosas no mundo da política e do negócios que, pela primeira vez, pagaram pelos seus crimes”, afirmou. Ressaltou, porém, que hoje observa os “avanços no combate à corrupção perderam força” e tiveram ferramentas enfraquecidas, deixando uma “sensação amarga de que a lei não existe”.
Sergio Moro ainda detalhou, na avaliação dele, o período que comandou o Ministério da Justiça no governo Bolsonaro. “Ninguém combateu o crime organizado de forma mais vigorosa do que o Ministério da Justiça durante a minha gestão. Até quem não gosta de mim reconhece isso”, frisou. Disse que deixou o cargo quando viu um boicote. “Quando eu vi meu trabalho boicotado e quando foi quebrada a promessa de que o governo combateria a corrupção, continuar como ministro seria apenas uma farsa. Não existe nenhum cargo que valha a alma de uma pessoa”, defendeu.
No evento, um vídeo institucional apresentado traz o ex-juiz como “Sergio, o Moro”. As imagens mostram o ex-ministro caminhando na Praça dos Três Poderes, em Brasília, que fica entre o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). Ainda, números de ações reunidas pela Lava Jato.
A filiação de Moro ao Podemos foi confirmada em 1º de novembro. Ao compartilhar o convite do evento no Twitter, o ex-juiz afirmou a marca de “um Brasil justo para todos”. Desde então, tem feito uma contagem regressiva na mesma rede social. Além disso, adotou tom de campanha em publicações que destacam a necessidade de ter responsabilidade fiscal, discurso contra a impunidade e críticas às emendas de relator, conhecidas como “orçamento secreto” ou “paralelo”.
Disposto a ser o candidato da terceira via nas eleições de 2022, Moro é o terceiro colocado na corrida presencial, com 5,1% das intenções de voto segundo pesquisa DATATEMPO divulgada na quarta 10/11. Ele fica atrás do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do ex-presidente Lula (PT), os dois candidatos que pretende desbancar para chegar ao Palácio do Planalto.
Fonte: https://otempo.com.br/
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